A Justiça determinou que Marcelo Pereira de Aguiar, de 40 anos, empresário acusado de matar um morador em situação de rua em Santo André, tenha seu nome adicionado na Lista Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). O crime aconteceu em 11 de maio de 2019, na Rua Visconde de Mauá, na Vila Assunção, com a vítima assassinada com tiros no abdômen e braço direito. No ano passado, Marcelo foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime, mas segue foragido.
O pedido foi feito pela juíza Milena Dias, da Vara do Júri do Fórum de Santo André. Na decisão, a magistrada pede que “comunique-se a condenação do acusado à Superintendência Regional da Polícia Federal” do Estado de São Paulo, “para providências necessárias à atualização do sistema de Difusão Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal)”. A Lista Vermelha reúne nomes de procurados de diversos países, visando cooperação internacional entre polícias, já que permite prisões em território estrangeiro.
O advogado criminalista Enzo Fachini, mestre e especialista em direito penal econômico pela Fundação Getúlio Vargas e sócio do FVF Advogados, explica, ao analisar o documento expedido pela juíza, que já havia um mandado de prisão preventiva expedido contra Marcelo Pereira, atualizado após sua condenação. “Ainda que haja espaço para que essa sentença condenatória seja revista pelos tribunais superiores, uma decisão no Tribunal do Júri é muito mais difícil de ser revertida ou ter alguma alteração”, explica Fachini.
Até esta terça-feira, dia 9, o nome de Marcelo Pereira de Aguiar ainda não constava na Lista Vermelha. Procurada, a Polícia Federal afirma que “não comenta eventual investigação ou procedimento em andamento”.
O CASO
Conforme mostrou o Diário na época, Sebastião Lopes dos Santos foi morto a tiros na Rua Visconde de Mauá, altura do 554, na Vila Assunção, em Santo André. O morador foi atingido no abdômen e braço direito, na noite do dia 11 de maio.
Na época, vizinhos afirmaram que o morador em situação de rua era alcoólico e, ocasionalmente, dormia em casa vazia próxima ao local do crime, além de que costumava pedir cobertores e alimentos em casas da redondeza. O fato seria o motivo para o empresário cometer o crime, já que Santos costumava pedir dinheiro a clientes de seu restaurante.
Marcelo Pereira Aguiar teve a prisão temporária decretada pela Polícia Civil, cerca de dez dias após ser reconhecido como o autor dos disparos. A equipe de investigação chegou a identidade do empresário por meio de câmeras de segurança que filmaram o momento exato do crime. Como não foi encontrado, o criminoso ficou registrado como procurado da Justiça.
O empresário foi julgado e compareceu de forma remota ao julgamento, sem revelar sua localização. Durante sua fala, ele negou envolvimento com o crime e afirmou que estava viajando no dia.
Fonte: Diário do Grande ABC